31 de maio de 2016

EUA E SUAS ELEIÇÕES - PERFIL DOS CANDIDATOS À CASA BRANCA

Eleições nos EUA: veja o perfil dos pré-candidatos à Casa Branca

Nos democratas, Hillary Clinton disputa com o socialista Bernie Sanders.
Trump, Cruz e Rubio são os principais pré-candidatos republicanos.

Foi dada a largada para valer na corrida eleitoral para a Casa Branca. De 1º de fevereiro a 14 de junho, os estados norte-americanos realizam as prévias que vão decidir os candidatos dos partidos Republicano e Democrata que disputarão a presidência dos Estados Unidos, em eleição marcada para 8 de novembro.

Do lado democrata, Hillary Clinton, que já foi primeira-dama e secretária de Estado, tem uma disputa acirrada com o socialista Bernie Sanders. Entre os republicanos, o bilionário Donald Trump lidera e divide as atenções com os filhos de imigrantes, porém de perfil conservador, Marco Rubio e Ted Cruz.
Conheça o perfil de cada um dos pré-candidatos que aparecem com mais chances nas pesquisas:
Header democratas (Foto: Arte/G1)
Cartela Bernie Sanders (Foto: Mark Kauzlarich/Reuters)(Foto: Mark Kauzlarich/Reuters)
Tem 74 anos e é o mais velho entre os pré-candidatos. Nasceu em Nova York e se casou pela primeira vez em 1964, divorciando-se dois anos depois. Em 1969, teve um filho, Levi, com Susan Campbell. Em 1988, se casou com Jane O’Meara Driscoll, que já tinha três filhos. Tem sete netos.
Trajetória
Formado em Ciências Políticas pela Universidade de Chicago, foi ativista no Movimento de Direitos Civis e do Partido Socialista da América na juventude. Assumiu em 1981 seu primeiro cargo público, como prefeito de Burlington – reeleito três vezes. Elegeu-se deputado em 1990 e se tornou senador em 2006, sempre pelo estado de Vermont, onde vive. Foi o independente que atuou por mais tempo no Congresso dos EUA antes de ingressar no Partido Democrata, em 2015.
Propostas
Intitula-se socialista e foca sua campanha na redistribuição de renda e na defesa de que ricos devem pagar mais impostos e financiar benefícios sociais. Apoia a reforma no financiamento de campanhas, alegando que partidos não podem ficar nas mãos de grandes empresas.
Quer aumento do salário mínimo, licenças remuneradas e uma reforma penitenciária que acabe com a pena de morte e prisões privadas. É favorável ao aborto e à legalização da maconha, contra a violência policial e o racismo, e considera o aquecimento global uma ameaça mundial.
Controvérsias
Adversários afirmam que grande parte de sua plataforma é idealista e não teria apoio do Congresso e do Senado para sair do papel. Entre os democratas, Sanders também é cobrado por não se opor firmemente ao controle de armas, tendo votado contra uma lei para checagem de antecedentes de compradores e a favor de outra que protegia fabricantes de armas de processos.

Cartela Hillary Clinton (Foto: Rick Wilking/Reuters)(Foto: Rick Wilking/Reuters)
Tem 68 anos e nasceu em Chicago. Casada com o ex-presidente dos EUA Bill Clinton desde 1975, tem uma filha, Chelsea, de 35 anos, e uma neta, Charlotte, de 16 meses. Seu segundo neto nasce este ano, antes da eleição presidencial.
Trajetória
Após oito anos como primeira-dama (1993 a 2001), Hillary pode voltar à Casa Branca como primeira mulher presidente dos EUA. Foi senadora pelo estado de Nova York (2001 a 2009) e secretária de Estado do governo Barack Obama (2009 a 2013).
Sua primeira tentativa de chegar à presidência aconteceu há oito anos, quando foi derrotada nas primárias por Obama. Já foi uma das advogadas mais influentes dos EUA e tem histórico de defesa dos direitos das mulheres e crianças, tendo atuado na Clinton Foundation por dois anos. 
Propostas
Tem perfil considerado liberal e defende o controle de armas, a instituição da licença-maternidade e da igualdade salarial entre homens e mulheres, e de leis que garantam acesso gratuito à universidade. Já se declarou feminista e defende direitos de imigrantes e homossexuais.
Controvérsia
Seu adversário Bernie Sanders a acusa de ser “amiga” de grandes investidores, embora defenda a regulamentação de Wall Street. Como secretária de Estado, usou um servidor privado de e-mails e uma investigação, na qual milhares de suas mensagens foram divulgadas publicamente, avalia se ela colocou em risco a segurança do país.
Header republicanos (Foto: Arte/G1)
Cartela Donal Trump (Foto: Jim Young/Reuters)(Foto: Jim Young/Reuters)
Tem 69 anos e nasceu em Nova York, filho de um milionário. Casou-se pela primeira vez em 1977, com a modelo tcheca Ivana Zelníčková, com quem tem três filhos, e pela segunda vez em 1993, com a atriz Marla Maples, com quem tem uma filha. Em 2011, se casou com sua atual mulher, a ex-modelo eslovena Melania Knauss, com quem tem um filho de nove anos. Tem sete netos.
Trajetória
Trump gosta de dizer que começou seus negócios modestamente, com “um pequeno empréstimo de US$ 1 milhão” de seu pai. Dono de hotéis, cassinos e campos de golfe, detém os direitos dos concursos Miss USA e Miss Universo. Ficou ainda mais conhecido após apresentar o reality show “The Apprentice”.
Apesar de afirmar ter US$ 10 bilhões, sua fortuna foi estimada em US$ 4,5 bilhões pela Forbes.Decretou falência de quatro empresas entre 1991 e 2009. Nunca exerceu um cargo público, mas o sonho da presidência é antigo: cogitou concorrer em 1988, 2004 e 2012. Em 2014, o Partido Republicano sugeriu que concorresse ao governo de Nova York, mas Trump disse que o cargo não lhe interessava.
Propostas
Pretende construir um muro entre os EUA e o México para barrar a entrada de imigrantes ilegais, além de expulsar todos os que já estão no país. Também sugeriu banir a entrada de muçulmanos. Ele pretende substituir o serviço de saúde pública por um sistema privado sem interferência do governo e proibir abortos, exceto em casos de estupro, incesto ou risco de vida. O empresário quer ainda uma ampla reforma fiscal, com impostos graduais de acordo com a renda dos cidadãos.
Controvérsias
É criticado pela maneira agressiva como se refere a mexicanos, muçulmanos e mulheres e pela forma com que ataca seus adversários – como na ocasião em ridicularizou um jornalista com uma doença congênita. Trump também já causou polêmica ao declarar que o aquecimento global é “uma mentira inventada pelos chineses” e ao sugerir que vacinas podem causar autismo. Veja nove propostas polêmicas de Trump.

Cartela Marco Rubio (Foto: Mary Schwalm/Reuters)(Foto: Mary Schwalm/Reuters)
Aos 44 anos, Marco Antonio Rubio é o mais jovem dos pré-candidatos. Nascido em Miami, é filho de cubanos que migraram para os EUA antes da chegada de Fidel Castro ao poder. Casou-se em 1988 com Jeanette Dousdebes, sua namorada desde a adolescência, e tem quatro filhos.
Trajetória
Formado em direito, iniciou carreira política em 1999, quando foi eleito congressista estadual na Flórida. Em 2008, abriu seu escritório de advocacia e começou a atuar como professor da Florida International University, onde continuou lecionando mesmo depois de se eleger senador, em 2010.
Em 2012, foi considerado para concorrer à vice-presidência ao lado de Mitt Romney, mas perdeu a vaga para Paul Ryan, atual presidente da Câmara. Em 2013, foi escolhido para discursar em nome do Partido Republicano após o Estado da União de Obama, e foi o primeiro a fazer isso em inglês e espanhol.
Propostas
Quer banir a proibição da exportação de petróleo bruto e bloquear o plano da Agência de Proteção Ambiental dos EUA para reduzir emissões de carbono, alegando que isso prejudica a economia do país. Pretende diminuir a regulamentação de empresas pelo governo e adotar um sistema de seguro-saúde financiado por impostos, eliminando o Obamacare.
É contra o aborto, mesmo em casos de estupro e incesto, e contra a regulamentação do acesso a armas. Contrário à reaproximação diplomática com Cuba e o acordo nuclear com o Irã, promete um “papel mais vigoroso” dos EUA em confrontos com Irã, Rússia e Coreia do Norte. Votou contra o envio de tropas à Síria, mas defende o treinamento de rebeldes e os bombardeios americanos no país.
Controvérsias
Rubio questiona o aquecimento global e diz que o ser humano não pode ser responsal por mudanças climáticas. Dos três senadores que concorrem à indicação, é o que mais faltou a votações desde o início da campanha.
Em novembro de 2015, se envolveu em uma polêmica quando Donald Trump revelou que ele havia usado um cartão de crédito do Partido Republicano para pagar despesas pessoais. Rubio garantiu que restituiu o valor “anos” antes de o caso se tornar público e se dispôs a apresentar os recibos publicamente.

Cartela Ted Cruz (Foto: Andrew Harnik/AP Photo)(Foto: Andrew Harnik/AP Photo)
Rafael Edward Cruz nasceu em Calgary, no Canadá, e tem 45 anos. É casado com Heidi Nelson desde 2001 e tem duas filhas, de oito e quatro anos. É filho de uma americana e um cubano que pediu asilo político nos EUA e se naturalizou.
Trajetória
Formado em Direito pela Princeton University, atuou como conselheiro na campanha à presidência de George W. Bush, para quem trabalhou no Departamento de Justiça. Após anos como advogado em empresas privadas, voltou à vida pública em 2012, eleito senador pelo Texas.
Com perfil extremamente conservador e apoiado pelo Tea Party, ele é um dos maiores críticos à administração Obama e, como senador, foi um dos articuladores da paralisação do governo dos EUA em 2013, quando o Congresso não chegou a um acordo sobre o orçamento para o ano seguinte. Acusou o presidente de ser “o maior incentivador do terrorismo no mundo” por assinar o tratado nuclear com o Irã. Em 2013, discursou durante 21 horas e 19 minutos para tentar obstruir uma votação a favor do Obamacare, a reforma da cobertura de saúde defendida pelo atual presidente.
Propostas
Pretende restringir a entrada de imigrantes aos EUA e fala em construir um muro na fronteira com o México. Também quer proibir o aborto, exceto em caso de risco de vida para a mãe, e é contra a legalização da maconha e qualquer lei que restrinja o direito ao porte de armas.
Como presidente, diz que nações “inimigas” irão temer os EUA e acredita que ataques militares são mais eficientes do que discussões diplomáticas. Em um debate, defendeu um bombardeio em varredura na Síria para destruir o Estado Islâmico.
Controvérsias
O pré-candidato nega evidências científicas e diz que o aquecimento global não é causado pelo ser humano. Seu radicalismo e insinuações sobre seus próprios colegas de partido o tornaram uma figura pouco admirada no Senado. Para muitos republicanos, os discursos inflamados de Cruz acabam depondo contra o partido e afastam a chance de qualquer acordo com democratas, causando a obstrução de pautas importantes.

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