Com sua tese de golpe servindo apenas para atrair atenção da mídia no exterior, o novo “cavalo de batalha” dos movimentos esquerdistas do Brasil é a cultura. Não na sua forma popular e histórica, mas as produções que, mesmo levando milhões dos cofres públicos a título de renúncia fiscal, ainda cobram ingresso.
Durante reunião da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados nesta terça (24), o deputado federal pastor Marco Feliciano (PSC/SP), foi vítima de um protesto. O local estava repleto de parlamentares e artistas que se manifestavam contra o presidente interino Michel Temer (PMDB). Muitos cartazes com os dizeres “Fora Temer” e “Temer golpista” podiam ser vistos. Também haviam palavras de ordem contra o novo MinC.
A comissão, presidida pelo deputado Chico D’Ângelo (PT/RJ), deveria debater o destino do Ministério da Cultura. Contudo, somente os simpatizantes do governo Dilma Rousseff puderam se manifestar livremente. Logo que chegou na reunião, Feliciano foi vaiado pelos presentes. Ignorando-os, ele sentou na primeira fila e pediu a palavra. Agora líder do seu partido na Câmara, tem prioridade para falar.
Porém, não foi respeitado seu direito. Os manifestantes vaiavam o tempo inteiro, gritavam palavras de ordem e até palavras de baixo calão. Muitos viraram de costas enquanto ele tentava falar, inclusive convidados que estavam sentados à mesa de honra.
Tico Santa Cruz, cantor conhecido pela sua militância em prol do PT, segurava um cartaz com a palavra “golpista”, e tentou atribuir o rótulo ao pastor, que votou a favor do impeachment. O deputado Paulo Pimenta (PT/RS), sentado ao lado do pastor, fez gesto similar.
Mesmo com o plenário cheio de pessoas que gritavam sem parar, Feliciano foi contundente. “Isso aqui não é cultura. Isso é baderna. Vocês querem falar comigo?! Consigam primeiro os 400 mil votos que eu tive. Fui aqui ofendido, atentaram contra a minha honra. Por isso defendo uma CPI da Lei Rouanet”, avisou. Depois, emendou “Sei o que é ser um artista. Eu sou. Sou cantor. Tenho três CDs gravados e 20 livros escritos”.
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