13 de julho de 2016

CÂMARA DOS DEPUTADOS - Câmara deve votar em quem é anti-impeachment para que possa se reerguer, diz Dilma

A presidente afastada, Dilma Rousseff, disse nesta quarta-feira (13) que a Câmara precisa eleger um presidente que não votou pela abertura do processo de impeachment para interromper o que chamou de controle do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sobre os deputados.
“Nós temos de interromper esse processo [de controle de Cunha]. Como? 
O primeiro passo, eu acredito, é isso que nós estamos vendo na Câmara de Deputados, que é uma grande quantidade de candidaturas e acho que dentro dessas candidaturas nós vamos votar em aqueles que não aprovaram o processo de impeachment”, afirmou Dilma em entrevista à rádio Itatiaia, de Minas Gerais.
Segundo ela, agora a Câmara tem “oportunidade de se reerguer” após a votação do impeachment. 

Sem nominar, citou parlamentares que mencionaram parentes como exemplos de combate à corrupção, ao votar a favor do processo, e esses parentes foram presos após a votação.

A eleição para presidente acontece nesta quarte e será para um “mandato-tampão”, motivada pela renúncia de Cunha à presidência da Casa na semana passada.
O PT tem acenado que deve apoiar o peemedebista Marcelo Castro (PI), ex-ministro da Saúde do governo Dilma, para a presidência da Casa. Castro votou contra o impeachment e é visto com desconfiança pelo Planalto.
Na entrevista, a presidente afastada ainda disse que pretende ir ao plenário do Senado para defender o seu retorno.
“Eu não fui à comissão [do Impeachment] justamente pelo fato de que a comissão é uma comissão, não tem o conjunto dos senadores. Eu preciso do voto do conjunto dos senadores, não de parte dos senadores”, afirmou.
‘SITUAÇÃO FANTÁSTICA’
Dilma voltou a dizer que sofre uma injustiça e que espera retornar ao Planalto. Em ironia, ela chamou de “situação fantástica” possíveis medidas duras que o governo Temer tem anunciado para depois do fim do processo de impeachment.
“Por que é que não pode fazer antes? Porque não é legítimo. Não pode fazer antes e não pode fazer depois. Porque a ilegitimidade está no fato de que o meu impeachment não tem fundamento jurídico, e esse processo não é político apenas”, afirmou.
Questionada sobre o que diria ao presidente interino Michel Temer e a Eduardo Cunha se os encontrasse, Dilma afirmou que “não pretende encontrá-los”.
“Não vai ser da minha iniciativa esse encontro. Não vejo nenhum item de diálogo possível. O diálogo é uma troca. Não tenho nenhuma troca de opiniões, projetos ou propostas [com eles]”, disse.

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