Apesar de o cenário não ser nem um pouco favorável ao PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente afastada, Dilma Rousseff, estão otimistas em relação ao processo de impeachment no Senado.
Em entrevista nesta terça-feira (12) para uma rádio de Petrolina (PE), Lula afirmou que derrubar o processo de impeachment da petista está “mais fácil” hoje do que antes. De acordo com cálculos que o ex-presidente citou, o resultado do processo está nas mãos de seis senadores.
“Antes você tinha uma Câmara incontrolável. Agora, Dilma está dependendo de seis votos, são seis senadores que podem mudar o destino do país, devolvendo a Dilma o mandato popular que o povo deu a ela e, portanto, somente o povo poderia tirá-la”, disse.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, na passagem por Juazeiro (BA) na última segunda (11), Lula não poupou críticas ao presidente em exercício , Michel Temer. Na avaliação do petista, Temer privatiza “porque não sabe governar”. O ex-presidente disse ainda que, mesmo sendo mais velho, o peemedebista tem muito o que aprender com ele.
Na avaliação do líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), a declaração de Lula foi mais uma tentativa de “iludir” a população.
“É muito triste um ex-presidente, que inclusive tem contas a prestar na Justiça, tentar enganar os brasileiros com esse tipo de afirmação. Quem conhece o processo de impeachment, o andamento e as possibilidade concretas de votação dos senadores sabe que a presidente afastada não voltará mais.
Dilma tem apenas que contar os dias para desocupar o Palácio da Alvorada e parar de dispor dessa mordomia paga pelos brasileiros”, criticou.
Para que a petista seja afastada definitivamente, é preciso que 54 dos 81 senadores votem a favor do impedimento. De acordo com o Placar do Impeachment do jornal O Estado de S. Paulo, até agora, 18 senadores declararam o voto contrário ao seu afastamento.
Ou seja, para permanecer no poder, Dilma precisaria, na verdade, de, no mínimo, mais nove votos, e não seis como citou o ex-presidente Lula.
Política Econômica
Em entrevista ontem à Rádio Capital, de São Paulo, a presidente afastada elogiou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, mas não poupou críticas à política econômica do governo Temer.
A petista reivindicou para si a baixa da inflação e também disse crer em sua vitória no processo de impeachment que tramita no Senado. Para Dilma, a inflação está caindo como consequência de ações tomadas durante a sua gestão na Presidência da República.
“As condições para a inflação cair foram sendo construídas durante meu governo”, afirmou.
Segundo o líder tucano, Dilma não tem condição moral para falar sobre política econômica e deveria ficar calada.
“Quem mandou a Petrobras comprar a refinaria de Pasadena mentiu para os brasileiros, disse que na campanha faria o diabo e fez, cometeu crimes de responsabilidade, destruiu a economia, não pode falar isso.
Completamente desacreditada da população, a presidente deveria parar de dar sua opinião sob pena de ser mais uma vez ridicularizada”, concluiu
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