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Gleisi Hoffmann chora prisão do marido e culpa Temer nas redes sociais; O discurso de inocência do PT nas acusações de organização criminosa em esquemas de corrupção pública, não muda.
O partido continua a martelar que todos os investigados, acusados, denunciados e até condenados não passam de pobres vítimas do processo de perseguição de seus adversários, subestimando o Ministério Público e o Judiciário nesse processo.
O único que a ir à guilhotina dos petistas foi o ex-senador Delcídio do Amaral porque confessou responsabilidades e apontou culpados na montagem de desvio de dinheiro público, entre correligionários e políticos de outras legendas.
Perdeu o mandato, a filiação partidária e os direitos políticos pelos próximos oito anos.
Agora, com a prisão do ex-ministro de Lula e Dilma, Paulo Bernardo, suspeito de implantar e comandar um esquema que utilizava o Ministério do Planejamento para roubar servidores em empréstimos consignados concedidos a servidores da pasta, os petistas acusam a Operação Custo Brasil, desmembrada da Lava Jato, a que investiga o petrolão, de ser apenas um pano de fundo, uma cortina de fumaça, para desviar da opinião pública o governo interino de Michel Temer Convenhamos.
A prevalecer essa tese, a Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário estariam em um conluio com o presidente interino Temer para desmoralizarem o PT? Ora, pois.
A gestão de Temer tem pouco mais de um mês e as investigações da Lava Jato e de outras operações que têm revelado a cara petista em vários dos esquemas de fraude pública no país, existem há mais de dois anos.
Ou seja, essa conversa mole pra boi dormir não cola mais.
Ao contrário de choramingar as acusações e bradar uma credibilidade que o partido não tem mais, talvez seja hora do PT fazer uma autorreflexão, assumir os malfeitos, responsabilizar culpados e recomeçar do zero.
Mas, por ora, a coisa continua no nhém-nhém-nhém da vitimização dos petistas acuados pelas investigações.
Ontem, em seu perfil no facebook, a senadora petista Gleisi Hoffmann, esposa do ex-ministro preso, Paulo Bernardo, manteve a cantilena:
“Hoje foi um dia muito triste na minha vida como mulher, como política e, sobretudo, como mãe. Conheço o pai dos meus filhos. Sei das suas qualidades e do que não faria, por isso sei da injustiça que sofreu nesta manhã.
Mais de 10 pessoas estranhas entraram em minha casa com ordem de busca e apreensão. Trouxeram também uma ordem de prisão preventiva contra o Paulo.Busca e apreensão após quase um ano de início do processo?!
Prisão preventiva para previnir o que?! Uma fuga? Um conluio? Qual risco representa ele? Desde que esse processo começou, Paulo se colocou inúmeras vezes à disposição da Justiça, sempre esteve totalmente disponível, tem endereço conhecido. Vieram coercitivamente buscá-lo em casa, na presença de nossos filhos menores.
Um desrespeito humano sem tamanho, desnecessário. Não havia nada em nossa casa que podia ser levado. Mesmo assim levaram o computador do meu filho adolescente.
Fiquei olhando meu menino e pensei sobre a dor que sentia com aquela situação. Quem nos conhece sabe que não fizemos fortuna, não temos conta no exterior, levamos uma vida confortável, porém modesta.
O patrimônio que temos, parte financiado, foi comprado com nossos salários. Não me cabe outra explicação que não o desvio de foco da opinião pública deste governo claramente envolvido em desvios, em ataques aos direitos conquistados pela população.
Garantir o impeachment é tudo o que mais lhes interessa neste momento.”
O que a senadora teima em não compreender é que o Brasil quer o país livre da corrupção e os corruptos na cadeia.
Sejam eles de qualquer cor partidária, inclusive a do PT.
Para entender o esquema de Paulo Bernardo no Ministério do Planejamento:
O objeto principal da operação é um Acordo de Cooperação Técnica firmado entre a Consist e o Ministério do Planejamento, em 2010.
A empresa em questão prestaria assessoria na gestão de empréstimos consignados concedidos a servidores da pasta. Como taxa de administração, os funcionários pagavam à Consist 1 real em cada parcela mensal, enquanto o custo real seria de 30 centavos, conforme os investigadores.
Esse sobrepreço, que teria alcançado a cifra de 100 milhões de reais entre 2010 e 2015, era repassado para o bolso de políticos, como os ex-ministros Paulo Bernardo e Carlos Gabas, operadores do esquema e, principalmente, para o PT, por meio de dezenas de empresas-fantasmas.
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