28 de agosto de 2016

RELIGIÃO E SAMBA - Evangélico investe em escola de samba no Rio e veta enredos sobre umbanda ou candomblé

Um empresário evangélico é um dos filiados e principais apoiadores financeiros da escola de samba Império Serrano, e tem investido altas quantias para ajudar a agremiação a voltar ao Grupo Especial no Rio de Janeiro.
O estatuto da escola de samba não permite que existam patronos entre seus dirigentes, mas aceita que apaixonados por carnaval façam suas contribuições. 
E assim é que o empresário Rildo Seixas, que atua com exportação e importação, tem ajudado a escola de samba.
O curioso – e próximo da contradição, afinal o carnaval é uma festa pagã – é que Seixas se diz evangélico, membro de uma congregação Batista, e não esconde sua paixão pela festa de momo de ninguém.
Antes de sua chegada à Império Serrano, tentou ser um apoiador na Viradouro, mas considerou “traumática” a experiência, segundo informações do jornalista Léo Dias, do jornal O Dia. 
Segundo Seixas, o atual presidente da Viradouro ainda o deve dinheiro.
“Rildo chegou ao Império para ser o ‘braço direito e esquerdo’ da presidente Vera Lúcia Correa”, comentou Léo Dias.
O próprio empresário confirma a versão: “A escola tem um problema crasso: quem está lá acha que quem chega para ajudar quer tomar a escola para si. 
Isso não existe. A escola tem um conselho, uma eleição… Não estamos mais no tempo da pedra lascada”, disse Rildo. 
Uma das maiores curiosidades sobre Rildo é sua religião.
Em meio à sua dedicação à escola de samba, o evangélico encontrou sua maneira, muito particular, de mostrar sua fé, recusando que a escolha produzisse um enredo ligado a umbanda ou ao candomblé: 
“Quando eu cheguei ao Império deixei clara a minha religião. Já fui espírita e não tenho nada contra, mas me encontrei na palavra do Deus vivo. 
O dia que o Império Serrano quiser falar sobre o espiritismo, cabe a mim querer ficar ou não. Mas certamente, eu não ficarei”, afirmou.
O editor do Holofote.Net, Paulo Teixeira, comentou a notícia em seu blog: “Dizer que pertence a uma denominação evangélica, é fácil. 
Estar, ou não, no Corpo de Cristo é a questão”, afirmou, apontando a passagem de Tiago 3:11: “Acaso pode sair água doce e água amarga da mesma fonte?”.

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