24 de novembro de 2016

LULA SABIA DE TUDO - Em processo de Lula, testemunhas reiteram depoimentos à Lava-Jato.

Pedro Correa voltou a afirmar que Lula sabia de propinas na Petrobras

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No segundo dia de audiências das testemunhas de acusação no processo em que o ex-presidente Lula é réu na Lava-Jato, o juiz Sérgio Moro ouviu três delatores da Operação Lava-Jato e o ex-deputado federal Pedro Correa, já condenado na operação e em negociação de um acordo de colaboração premiada. 

Em seus depoimentos, as testemunhas reiteraram as afirmações que já haviam feito para a força-tarefa.

Os advogados de defesa tentaram impedir que Pedro Correa testemunhasse, afirmando que o ex-deputado não é ‘digno de fé’, uma vez que sua delação não foi homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal por falta de provas que a corroborem. 

O pedido, no entanto, foi negado por Moro, que permitiu o depoimento de Correa.

Pedro Correa voltou a dizer que Lula sabia que Paulo Roberto Costa servia como fonte de recursos para o Partido Progressista (PP).

Em 2006 fui procurar o presidente Lula com o deputado José Janene para tratar de assunto financeiro, de ajuda de campanha, e ele disse que nós não precisávamos de dinheiro porque estávamos muito bem atendidos financeiramente pelo Paulo Roberto. 

Ele sabia porque Paulinho dizia isso a ele.
O ex-deputado do PP reafirmou que Lula definia as indicações para diretorias da Petrobras quando havia dissenso nas indicações, como foi o caso de Paulo Roberto Costa. 

De acordo com Pedro Correa, com a demora para a nomeação de Costa para a Diretoria de Abastecimento, o PP, seu partido, obstruiu o funcionamento da Câmara dos Deputados.

Durante três meses, a Câmara não funcionava enquanto não se resolvesse a questão das nossas nomeações — disse.


Com a obstrução, Pedro Correa e outras lideranças do PP teriam sido convocadas para uma reunião com o ex-presidente Lula, ministros e o então presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra. 

Pedro Correa repetiu um diálogo que Lula teria tido com Dutra, quando questionou o ex-presidente da Petrobras sobre os motivos pelos quais Paulo Roberto Costa não era nomeado. 

Segundo Pedro Correa, Dutra teria dito que não era tradição da Petrobras uma mudança de diretores. 

Lula, afirmou o ex-deputado, teria dito que, pela tradição, nem Dutra seria presidente da Petrobras e nem ele, presidente da República.

Além de Pedro Correa, também foram ouvidos o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o ex-gerente Pedro Barusco. 

Em seus depoimentos, a defesa pediu para que os funcionários da estatal dessem detalhes de um acordo de colaboração feito com o governo dos Estados Unidos. 

Em razão de sigilo, os dois optaram por não responder as perguntas.

Em depoimento a Moro, Paulo Roberto Costa também cita a retaliação tramada pelo PP devido ao atraso de sua nomeação na Petrobras. Ele disse que José Janene, Pedro Corrêa ou os dois teriam comentado com ele, na época, que o PP bloquearia votações se sua nomeação não fosse oficializada.

Moro quis saber se o ex-presidente Lula interferiu para acelerar sua nomeação para a diretoria de Abastecimento. 

O ex-diretor mencionou uma conversa, relatada por deputados do PP, em que Lula teria ameaçado demitir Dutra, caso sua nomeação não fosse efetivada. 

No depoimento de ontem, Costa disse não ter certeza se ouviu essa informação na época de sua nomeação.

Em nota, a defesa de Lula afirmou que as testemunhas isentaram o ex-presidente em relação à acusação de recebimento de qualquer vantagem indevida por meio de um tríplex no Guarujá. 

A propriedade do apartamento e as melhorias feitas nele são o alvo da denúncia feita pelo Ministério Público Federal. 

Segundo os procuradores, o apartamento e as reformas feitas nele teriam sido a forma de pagamento de vantagens a Lula devido à obtenção, pela empreiteira OAS, de três contratos na Petrobras.

Segundo os advogados de Lula, todos negaram a realização de qualquer reunião com Lula em que ele tenha solicitado ou recebido vantagem indevida ou, ainda, qualquer relação entre Lula e o tríplex do Guarujá.

O MPF relatou em sua denúncia a suposta reunião entre Pedro Correa e José Janene com Lula. 

Na ocasião, o petista teria dito “Vocês têm uma diretoria muito importante, estão muito bem atendidos financeiramente. Paulinho tem me dito”. 

No depoimento prestado por Paulo Roberto Costa, no entanto, o ex-diretor da Petrobras afirmou que Lula jamais o tratou por Paulinho e que mantinha um relacionamento institucional com o ex-presidente.

Nestor Cerveró também deveria ser ouvido hoje, porém sua audiência foi transferida para amanhã.

GUIDO MANTEGA É OUVIDO EM PROCESSO DE EDUARDO CUNHA.

Hoje também foram ouvidas testemunhas no processo em que o ex-deputado federal Eduardo Cunha é réu. 

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega afirmou em sua audiência com o juiz Sérgio Moro desconhecer a influência do ex-presidente da Câmara dos Deputados na Petrobras. 

Mantega foi uma das testemunhas convocadas pelos advogados de defesa de Cunha e respondeu sobre o período em que foi presidente do Conselho de Administração da Petrobras, de 2010 a 2015.

Não tenho conhecimento de nenhuma participação do senhor Eduardo Cunha [na Petrobras] — disse Mantega, que prestou depoimento por videoconferência de São Paulo.

Neste processo, Cunha é acusado de receber propina em contas na Suíça devido a sua influência na aquisição, pela Petrobras, de uma plataforma de exploração de petróleo no Benin, na África.

Também prestou depoimento como testemunha de defesa o economista Felipe Diniz, filho do ex-líder do PMDB na Câmara, Fernando Diniz, morto em 2009. 

João Augusto Rezende Henriques, apontado pelos investigadores como um dos operadores do PMDB na Petrobras e responsável por realizar os depósitos, em francos suíços, do equivalente a R$ 5 milhões nas contas de Cunha, afirmou que as contas foram passadas a ele por Felipe. 

No depoimento, Felipe Diniz negou que isso tenha ocorrido.

Amanhã, o prefeito Eduardo Paes será ouvido pelo juiz Sérgio Moro. 

Eduardo Paes é citado na investigação em razão de um encontro que teria ocorrido entre ele, Cunha e Zelada na Petrobras dois meses antes da aprovação da aquisição da plataforma de exploração no Benin. 

A defesa nega essa informação e deve pedir que o prefeito esclareça a suposta reunião.

O prefeito Eduardo Paes deve confirmar no depoimento que esteve com o então deputado federal Eduardo Cunha no dia 12 de setembro de 2010 em agendas de campanha nos bairros do Rio Comprido, Pavuna e Urucânia. 

“O prefeito não esteve no prédio da Petrobras e também não participou de nenhuma reunião com o então diretor Zelada e Eduardo Cunha”, afirmou o prefeito em nota.

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