23 de outubro de 2016

FORMULA 1 - Rosberg garante que não vai correr pensando em chegar em segundo

Nico Rosberg; GP dos EUA; Fórmula 1 (Foto: AP)Bastam quatro segundos lugares nas quatro provas que restam na temporada para alemão conquistar seu primeiro título mundial, mas ele rechaça esse pensamento


Quando chega a hora da verdade a Mercedes não decepciona. Lewis Hamilton vai largar, neste domingo, na pole position do GP dos Estados Unidos, em Austin, e seu companheiro, Nico Rosberg, em segundo. 
Mas a exemplo da corrida de Suzuka, no Japão, há duas semanas, os pilotos da RBRDaniel Ricciardo, terceiro no grid, e Max Verstappen, quarto, sugerem poder acompanhar a dupla da Mercedes de perto. 
Agora, vencê-los, como afirmou Ricciardo sexta-feira, ao que parece só se acontecer algo de anormal com Hamilton e Rosberg. 
A Ferrari decepcionou até seus pilotos: “Não sei a razão de não sermos velozes aqui depois do nosso ritmo em Suzuka”, afirmou Sebastian Vettel, sexto. Kimi Raikkonen vai largar em quinto.
O tema mais importante da 18ª etapa do calendário é, claro, a disputa entre Rosberg, líder do Mundial, com 313 pontos, e Hamilton, 280. 
O alemão, por exemplo, não gostou de perder o primeiro duelo, neste sábado, na definição do grid. Vai começar a corrida atrás do inglês. “Vi no telão e me incomodou. Mas vimos este ano que largar em primeiro não é tão importante.”
O GloboEsporte.com perguntou a Rosberg se pensa em correr pensando na diferença de 33 pontos que o separa de Hamilton. E o lembrou que bastam quatro segundos lugares nas quatro provas que restam, mesmo se Hamilton vencer, para conquistar seu primeiro título. 
“Não estou pensando nessas coisas. Eu desejo, sim, competir e vencer amanhã. Seria fantástico ganhar o GP dos Estados Unidos e vou dar tudo para isso.” 
Nas quatro edições do evento já realizadas, Hamilton foi primeiro em três: 2012 com McLaren e 2014 e 2015, Mercedes, e Sebastian Vettel, em 2013, com RBR.
Já Hamilton sabe que precisa da vitória para continuar pensando em conquistar o terceiro título seguido, quarto na carreira. Seu desafio inicial é largar bem. 
Esse tem sido o seu calcanhar de Aquiles na temporada. Em Suzuka, por exemplo, caiu de segundo para oitavo, comprometendo a chance de lutar pela vitória. “Trabalhamos muito nas últimas semanas para melhorar nosso sistema, eu treinei bastante. Estou confiante desta vez.” 
O terreno na reta dos boxes da pista texana eleva a dificuldade para o complexo exercício da largada para os pilotos, por logo em seguida a pista apresentar o maior aclive da F1, mais íngreme até mesmo que a sequência Eau Rouge-Radillon no Circuito Spa-Francorchamps.
Se Hamilton largar bem e contornar a primeira curva na frente de Rosberg, será meio caminho andado para a vitória e reduzir 7 pontos no caso de ele receber a bandeirada em primeiro e o alemão, em segundo, como propõe a lógica e o histórico do campeonato.
Os dois começam a disputa com os pneus macios, em vez dos supermacios, aparentemente uma importante vantagem. A Pirelli distribuiu em Austin também os médios. 
Hamilton e Rosberg devem provavelmente completar mais voltas antes do primeiro pit stop que, por exemplo, Ricciardo, que optou por usar os supermacios no Q2 e terá, agora, de começar a corrida com eles.
O bom resultado de Ricciardo e Max nos treinos livres, como neste sábado de manhã, quando ficaram em primeiro e segundo, levaram os dois a acreditar que a RBR poderia ter um piloto na primeira fila do grid no Circuito das Américas. Não foi o que aconteceu. 
Ricciardo ficou e 510 milésimos de Hamilton. “Esperava mais da classificação”, afirmou o australiano. 
Ricciardo segue otimista
Ele explicou que na sexta-feira, na simulação de corrida, seu carro, com os supermacios, era mais rápido que o da Mercedes, com os mesmos pneus. “Foi uma decisão estratégica”, disse Ricciardo, referindo-se a largar com supermacios. Max seguiu o caminho da Mercedes, ao usar o macio no Q2 e, com isso, vai largar com eles. Ricciardo comentou, ainda, que apesar de não esperar ficar meio segundo atrás de Hamilton, o desenvolvimento da corrida, ao longo das 56 voltas, pode definir um cenário distinto do sugerido pela definição do grid.
Com pneus supermacios, ele provavelmente será mais rápido que a dupla da Mercedes na sua frente, Hamilton, pole, e Rosberg, segundo. Isso lhe dá a possibilidade de terminar a primeira volta na liderança do GP dos Estados Unidos. Sexta-feira ele completou 17 voltas com o mesmo jogo de supermacios e, como destacou, com tempos melhores que os de Rosberg, também de supermacios. 
“Se eu passar para primeiro vai ser interessante. Acho possível me manter lá.” Ele terá de ser bem mais rápido que os três que, em princípio, estariam atrás de si, Hamilton, Rosberg e Max, para não perder a liderança depois do primeiro pit stop.
A pista de Austin tem pontos dentre os mais largos do calendário, permitindo ao piloto escolher a trajetória para tomar a curva. Além de ser sempre uma atração pela tocada rápida e agressiva, Max receberá atenção especial dos comissários. 
Mas, ao mesmo tempo, defender a posição é mais difícil. 
E a FIA lembrou, neste fim de semana, que o regulamento proíbe de o piloto mudar a trajetória depois de iniciada a freada. 
“Já fizeram muito isso comigo”, falou o holandês. Curiosamente é sobre seu comportamento com Hamilton, em Suzuka, e Kimi Raikkonen, Ferrari, na Bélgica, que recaem as maiores reclamações sobre mudar de direção já com o pé no freio. 
Como há semelhanças grandes entre parte da pista norte-americana e a de Suzuka e, no Japão, a Ferrari lá foi competitiva, Vettel e Raikkonen acreditavam poder, neste sábado, repetir a boa performance. Não foi o que aconteceu. O finlandês ficou a 1seg132 de Hamilton e a 622 milésimos de Ricciardo, da RBR com quem a Ferrari luta pelo vice-campeonato entre os construtores. É muita coisa.
“Precisamos descobrir por que perdemos competitividade. A diferença é muito grande”, disse Vettel. Explicou ser sempre possível vencer os adversários adotando uma estratégia mais eficiente. Pois em Suzuka a Ferrari ousou na estratégia de Vettel, para tentar levá-lo ao segundo lugar, e ele acabou perdendo até a terceira colocação. Foi quarto. 
Desde o primeiro treino o modelo SF16-H demonstrou não acompanhar o ritmo da RBR no Circuito das Américas. Em condições normais, a Ferrari deverá ser a terceira força na prova, o que significa ter seus pilotos na quinta e sexta colocações. Mas, como sempre lembra Vettel, entre as luzes vermelhas apagarem e a bandeirada, 56 voltas mais tarde, tudo pode acontecer.
Mercedes, RBR e Ferrari constituem um pelotão a parte hoje na F1.

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