Delação premiada de Sérgio Machado cita mais de 20 políticos
Eles teriam recebido propina desviada da Petrobras.
Teori Zavascki retirou o sigilo do documento.
ASSISTA AO VÍDEO DO SR. SÉRGIO MACHADO
Chega a 400 páginas a delação premiada com o conteúdo liberado ao público pelo STF. Ela é de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, uma subsidiária da Petrobras. Nestas centenas de páginas espalham-se os nomes de dezenas de políticos de seis partidos.
Em 13 depoimentos nos primeiros dias de maio, o ex-presidente da Transpetro citou 23 políticos de seis partidos que teriam pedido para que ele ajudasse a conseguir dinheiro junto às empresas que tinham contrato com a Transpetro.
Segundo Machado, entre 2003 e 2015, ele repassou mais de R$ 100 milhões para o PMDB. O presidente em exercício, Michel Temer, foi um dos citados. De acordo com Machado, cerca de R$ 1,5 milhão foram repassados a pedido de Temer para a campanha de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo. Machado diz que também repassou R$ 850 mil a pedido do senador Valdir Raupp.
Sergio Machado disse que a prioridade era atender os pedidos de Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá, José Sarney e Edison Lobão, os políticos responsáveis pela indicação dele à presidência da Transpetro. Eles receberam propina tanto por meio de doações oficiais quanto em dinheiro vivo. E também pagamentos mensais entre 2008 e 2014.
Nas contas de Machado, Renan Calheiros foi o membro do PMDB que mais recebeu dinheiro: R$ 32 milhões. Ainda segundo Machado, o presidente do Senado chegou a receber uma mesada de R$ 300 mil - valor que ainda aumentava em ano de eleição, com doações oficiais.
Procurado, o presidente do Senado elogiou a decisão do Supremo de levantar o sigilo da delação de Machado e disse que todas as doações que recebeu foram dentro da lei.
O segundo que mais recebeu propina de Machado, de acordo com o delator, foi o senador e ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão: R$ 24 milhões.
Sérgio Machado contou que Lobão afirmou que, na qualidade de ministro, queria receber a maior propina mensal paga aos membros do PMDB, porque sua pasta era a responsável direta pela Transpetro.
Machado também contou que repassou R$ 21 milhões para o senador Romero Jucá. Para o senador José Sarney, Machado disse ter dado R$ 18 milhões em propina. Os pagamentos a Sarney foram feitos de 2006 a julho ou agosto de 2014.
O senador Jader Barbalho teria recebido R$ 4,2 milhões. Outro membro do PMDB citado por Sérgio Machado é o atual ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, que teria recebido R$ 1,5 milhão.
Na delação, Sérgio Machado diz que não eram apenas os políticos do PMDB que pediam doações para campanha. Entre os nomes citados na delação estão integrantes do PT e de outros partidos, como o PC do B.
Machado citou nomes dos deputados federais Luis Sérgio, do PT, e Jandira Feghalli, do PC do B. E disse que eles pediam ajuda para a campanha deles. Machado estudava e os chamava novamente para dizer de onde viriam os recursos.
No caso de Jandira, ele diz que a Queiroz Galvão repassou R$ 100 mil em 2010. Já para Luís Sérgio foram repassados R$ 200 mil em 2010 e outros R$ 200 mil em 2014. Segundo Machado, a Queiroz Galvão também repassou R$ 142,4 mil para o deputado Edson Santos em 2014.
No depoimento, Machado diz que, embora a palavra propina não fosse dita, esses políticos sabiam, que o dinheiro não viria dele, mas sim de empresas que tinham contratos com a Transpetro.
O ex-presidente da Transpetro também revelou um plano político arquitetado por ele quando era líder do PSDB no Senado e outras lideranças do partido. O objetivo era eleger muitos deputados na campanha de 1998 e viabilizar a candidatura de Aécio Neves à presidência da Câmara no ano 2000. Disputa que o então deputado mineiro venceu.
Machado contou que a maneira encontrada era ajudar cerca de 50 deputados a se elegerem e que, para isso, ele, Vilela e Aécio Neves pediram dinheiro à campanha de Fernando Henrique Cardoso à presidência em 1998. Eles conseguiram levantar recursos suficientes e decidiram que iriam dar entre R$ 100 mil e R$ 300 mil para cada candidato que queriam eleger.
O ex-presidente da Transpetro diz que o plano foi executado com ajuda do então ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique, Luiz Carlos Mendonça de Barros, que garantiu que R$ 4 milhões viriam da campanha nacional de 1998 e outros R$ 3 milhões do exterior.
Ainda segundo Machado, desse total, R$ 1 milhão foi para Aécio Neves, que se elegeu deputado naquele ano. Machado também disse que a Camargo Correa repassou, ilegalmente, R$ 350 mil para o PSDB e que a empreiteira sempre foi grande doadora de campanhas tucanas.
Sérgio Machado também relatou propina para o ex-deputado Sérgio Guerra, do PSDB, que morreu em 2014. E para o deputado Heráclito Fortes, que era do Democratas e hoje está no PSB. Segundo ele, em troca da aprovação do projeto do limite de endividamento da Transpetro. Ele disse que estava tendo dificuldades para aprovar o projeto na Comissão de Infraestrutura do Senado, que era presidida por Heráclito.
Machado disse que procurou o senador Sérgio Guerra no gabinete e acertou o pagamento de R$ 2 milhões - R$ 1 milhão para Sérgio Guerra e R$ 1 milhão para Heráclito. Machado contou que logo depois o projeto foi aprovado e que, no caso de Heráclito Fortes, pagou R$ 500 mil em propina, por meio de doações oficiais. Ficou devendo a outra metade.
Sérgio Machado também relatou o esquema de propina envolvendo pai e filho. Segundo ele, houve repasse de dinheiro ilegal para as campanhas do atual presidente do Democratas, José AgripinoMaia, e do filho, Felipe Maia, deputado federal - os dois do Rio Grande do Norte.
Machado contou que a construtora Queiroz Galvão doou em 2010 para o senador José Agripino Maia mais de R$ 300 mil e, em 2014, para Felipe Maia, R$ 250 mil.
A TV Globo procurou todos os citados por Sérgio Machado. Eles negaram com veemência as supostas irregularidades mencionadas por Machado e criticaram enfaticamente o conteúdo da delação.
Chega a 400 páginas a delação premiada com o conteúdo liberado ao público pelo STF. Ela é de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, uma subsidiária da Petrobras. Nestas centenas de páginas espalham-se os nomes de dezenas de políticos de seis partidos.
Em 13 depoimentos nos primeiros dias de maio, o ex-presidente da Transpetro citou 23 políticos de seis partidos que teriam pedido para que ele ajudasse a conseguir dinheiro junto às empresas que tinham contrato com a Transpetro.
Segundo Machado, entre 2003 e 2015, ele repassou mais de R$ 100 milhões para o PMDB. O presidente em exercício, Michel Temer, foi um dos citados. De acordo com Machado, cerca de R$ 1,5 milhão foram repassados a pedido de Temer para a campanha de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo. Machado diz que também repassou R$ 850 mil a pedido do senador Valdir Raupp.
Sergio Machado disse que a prioridade era atender os pedidos de Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá, José Sarney e Edison Lobão, os políticos responsáveis pela indicação dele à presidência da Transpetro. Eles receberam propina tanto por meio de doações oficiais quanto em dinheiro vivo. E também pagamentos mensais entre 2008 e 2014.
Nas contas de Machado, Renan Calheiros foi o membro do PMDB que mais recebeu dinheiro: R$ 32 milhões. Ainda segundo Machado, o presidente do Senado chegou a receber uma mesada de R$ 300 mil - valor que ainda aumentava em ano de eleição, com doações oficiais.
Procurado, o presidente do Senado elogiou a decisão do Supremo de levantar o sigilo da delação de Machado e disse que todas as doações que recebeu foram dentro da lei.
O segundo que mais recebeu propina de Machado, de acordo com o delator, foi o senador e ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão: R$ 24 milhões.
Sérgio Machado contou que Lobão afirmou que, na qualidade de ministro, queria receber a maior propina mensal paga aos membros do PMDB, porque sua pasta era a responsável direta pela Transpetro.
Machado também contou que repassou R$ 21 milhões para o senador Romero Jucá. Para o senador José Sarney, Machado disse ter dado R$ 18 milhões em propina. Os pagamentos a Sarney foram feitos de 2006 a julho ou agosto de 2014.
O senador Jader Barbalho teria recebido R$ 4,2 milhões. Outro membro do PMDB citado por Sérgio Machado é o atual ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, que teria recebido R$ 1,5 milhão.
Na delação, Sérgio Machado diz que não eram apenas os políticos do PMDB que pediam doações para campanha. Entre os nomes citados na delação estão integrantes do PT e de outros partidos, como o PC do B.
Machado citou nomes dos deputados federais Luis Sérgio, do PT, e Jandira Feghalli, do PC do B. E disse que eles pediam ajuda para a campanha deles. Machado estudava e os chamava novamente para dizer de onde viriam os recursos.
No caso de Jandira, ele diz que a Queiroz Galvão repassou R$ 100 mil em 2010. Já para Luís Sérgio foram repassados R$ 200 mil em 2010 e outros R$ 200 mil em 2014. Segundo Machado, a Queiroz Galvão também repassou R$ 142,4 mil para o deputado Edson Santos em 2014.
No depoimento, Machado diz que, embora a palavra propina não fosse dita, esses políticos sabiam, que o dinheiro não viria dele, mas sim de empresas que tinham contratos com a Transpetro.
O ex-presidente da Transpetro também revelou um plano político arquitetado por ele quando era líder do PSDB no Senado e outras lideranças do partido. O objetivo era eleger muitos deputados na campanha de 1998 e viabilizar a candidatura de Aécio Neves à presidência da Câmara no ano 2000. Disputa que o então deputado mineiro venceu.
Machado contou que a maneira encontrada era ajudar cerca de 50 deputados a se elegerem e que, para isso, ele, Vilela e Aécio Neves pediram dinheiro à campanha de Fernando Henrique Cardoso à presidência em 1998. Eles conseguiram levantar recursos suficientes e decidiram que iriam dar entre R$ 100 mil e R$ 300 mil para cada candidato que queriam eleger.
O ex-presidente da Transpetro diz que o plano foi executado com ajuda do então ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique, Luiz Carlos Mendonça de Barros, que garantiu que R$ 4 milhões viriam da campanha nacional de 1998 e outros R$ 3 milhões do exterior.
Ainda segundo Machado, desse total, R$ 1 milhão foi para Aécio Neves, que se elegeu deputado naquele ano. Machado também disse que a Camargo Correa repassou, ilegalmente, R$ 350 mil para o PSDB e que a empreiteira sempre foi grande doadora de campanhas tucanas.
Sérgio Machado também relatou propina para o ex-deputado Sérgio Guerra, do PSDB, que morreu em 2014. E para o deputado Heráclito Fortes, que era do Democratas e hoje está no PSB. Segundo ele, em troca da aprovação do projeto do limite de endividamento da Transpetro. Ele disse que estava tendo dificuldades para aprovar o projeto na Comissão de Infraestrutura do Senado, que era presidida por Heráclito.
Machado disse que procurou o senador Sérgio Guerra no gabinete e acertou o pagamento de R$ 2 milhões - R$ 1 milhão para Sérgio Guerra e R$ 1 milhão para Heráclito. Machado contou que logo depois o projeto foi aprovado e que, no caso de Heráclito Fortes, pagou R$ 500 mil em propina, por meio de doações oficiais. Ficou devendo a outra metade.
Sérgio Machado também relatou o esquema de propina envolvendo pai e filho. Segundo ele, houve repasse de dinheiro ilegal para as campanhas do atual presidente do Democratas, José AgripinoMaia, e do filho, Felipe Maia, deputado federal - os dois do Rio Grande do Norte.
Machado contou que a construtora Queiroz Galvão doou em 2010 para o senador José Agripino Maia mais de R$ 300 mil e, em 2014, para Felipe Maia, R$ 250 mil.
A TV Globo procurou todos os citados por Sérgio Machado. Eles negaram com veemência as supostas irregularidades mencionadas por Machado e criticaram enfaticamente o conteúdo da delação.
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