24 de outubro de 2013

TREMOR DE TERRA EM 3 ESTADOS DO NORDESTE INCLUSIVE NO RN.



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TREMOR DE TERRA EM 3 ESTADOS DO NORDESTE, INCLUSIVE NO RIO G. DO NORTE.
Tremor de terra é sentido em 3 estados do Nordeste
O tremor de terra registrado no Rio Grande do Norte, por volta das 14h desta segunda-feira (11 de janeiro), teve reflexos em Pernambuco e na Paraíba. As informações preliminares do laboratório sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) indicam que a magnitude do tremor atingiu 3,8 na escala Richter, mas os dados das estações medidoras seguem em análise dos técnicos.
Segundo Eduardo Alexandre Menezes, do laboratório sismológico da UFRN, o epicentro do tremor pode ter sido em Poço Branco (RN), Taipu (RN) e João Câmara (RN), região que já viveu o susto de um abalo no sábado (9/01).
O tremor desta segunda-feira (11/01) foi sentido em um raio de 300 quilômetros do epicentro e atingiu cidades dos estados vizinhos. "Estamos calculando a profundidade do tremor para sabermos a intensidade sísmica percebida pela população local", disse Menezes.
De acordo com Sérgio Leocádio, da Secretaria de Defesa Social de Natal, até às 17h do dia 11/01, não houve registros de pedidos de socorro ou comunicação de imóveis danificados após o tremor na capital potiguar.
A administração do Natal Shopping informou que os clientes sentiram o abalo no horário de pico (almoço), quando algumas pessoas frequentavam a praça de alimentação. Por dia, cerca de 20 mil pessoas circulam pelo estabelecimento, mas não há como precisar quantas estavam no shopping no momento do tremor. Ninguém ficou ferido e não houve danos na estrututura do prédio.

Série de abalos

Joaquim Ferreira, coordenador do laboratório sismológico da UFRN, disse ao G1 que temia que novos tremores pudessem ser registrados no estado após o primeiro abalo ocorrido no sábado. Naquela ocasião, o tremor foi sentido em João Câmara, Poço Branco (RN), Taipu (RN), Ceará-Mirim (RN) e em alguns bairros de Natal.
O tremor de terra registrado no sábado foi maior do que os equipamentos apontaram inicialmente e teve epicentro em Taipu (RN), local diferente do que havia sido apontado pelas estações medidoras. Uma nova medição de técnicos potiguares indicou que o abalo atingiu magnitude de 2,7 graus, podendo chegar a até 3 graus na escala Richter.
A magnitude preliminar aferida pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) foi de 2 graus na escala Richter, com epicentro em João Câmara (RN).
O coordenador afirmou que os últimos registros de tremores na região ocorreram em 1997.

Tremores em 2010

Este foi o segundo registro de tremor no prazo de uma semana no país. No sábado (2 de janeiro), os equipamentos do observatório registraram um tremor em Sobral (CE), que atingiu magnitude de 2,7 graus na escala Richter.

Casos recentes

Dois equipamentos do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) registraram dois abalos em Presidente Figueiredo (AM), em 30 de dezembro de 2009. Cada um dos tremores atingiu 2,4 e 3 graus na escala Richter.

NE registra maior número de tremores

O Nordeste é a região com um dos maiores níveis de atividade sísmica do Brasil, segundo o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP). Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco têm maior incidência de abalos, de acordo com laboratório de sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
"Até dois anos atrás, 60% dos tremores registrados com um espaço de tempo menor entre um e outro ficaram concentrados nesses três estados. É uma característica local por causa das falhas que existem na região", disse Eduardo Alexandre Menezes, da UFRN.
As cidades vizinhas a João Câmara (RN), por exemplo, apresentam tremores recorrentes desde 1986, quando ocorreu o que os especialistas chamam de enxame sísmico, tendo como ponto de partida um abalo com magnitude de 5,1 graus na escala Richter. Na década seguinte foram registrados 60 mil pequenos abalos na região, segundo o IAG.
De acordo com Afonso Emidio de Vasconcelos Lopes, professor de geofísica e sismologia do IAG, a região do Nordeste é formada por vários fragmentos de rochas antigas e por isso é natural haver maior propabilidade de atividade sísmica local.
"As falhas geológicas favorecem a ocorrência de abalos. Outra característica favorável para os tremores são as camadas pequenas de solo no Nordeste, que podem variar de três a 20 metros de terra sobre rocha. Em alguns pontos, essa rocha chega a ficar visível. No Sudeste, essa característica é bem diferente e a camada de solo para absorver a chuva, por exemplo, é muito maior", disse o professor.

Falhas geológicas no RN

No Rio Grande do Norte existem duas falhas geológicas consideradas importantes. "A Falha de Samambaia fica em João Câmara e foi a responsável pelas atividades sísmicas de 1986. Ela tem cerca de 30 quilômetros de extensão por quatro quilômetros de largura. Essa falha fica ao lado da de Poço Branco (RN), que é bem menor, mas também influi nos tremores na região", afirmou Lopes.
Segundo a equipe técnica do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), os tremores registrados no Rio Grande do Norte tiveram relação com uma das duas falhas geológicas. Os dados das estações medidoras ainda estão sendo analisados. O abalo desta terça-feira foi registrado pela estação de Fortaleza, que faz parte da Rede Sismográfica Nacional da UnB, e pela estação de Riachuelo (RN). As duas ficam, respectivamente, a cerca de 400 quilômetros e 35 quilômetros da região central do tremor.
Técnicos da UFRN foram coletar, na terça-feira (12/01), dados das estações do Nordeste, pois o epicentro dos tremores ocorridos desde sábado (9/01) fica próximo das cidades de Taipu (RN) e Poço Branco, mas a localização exata ainda é preliminar.

Em 2003

Os últimos registros de pequenos abalos na região de João Câmara, segundo dados do IAG e da UFRN, ocorreram em 2003, com magnitudes entre 2,4 graus e 3,4 graus na escala Richter. "Esses eventos, junto com os dois sismos com magnitudes próximas de 4 graus ocorridos nos últimos dias, mostram que a atividade sísmica na região continua significativa, embora com sismos de magnitudes pequenas", disse o professor de geofísica e sismologia.
Lopes faz um comparativo com outros tremores históricos no país. "Para se ter uma ideia da magnitude dos eventos de João Câmara, os maiores sismos ocorridos no Brasil foram os
de Porto dos Gauchos (MT), em 31 de janeiro de 1955, com magnitude de 6,2 graus na escala Richter, e o ocorrido no Oceano Atlântico, em março do mesmo ano, em frente a Vitória, com magnitude de 6,1 graus."
O professor disse que as universidades brasileiras trabalham para criar uma rede de informações sobre terremotos em tempo real.

(Fonte: G1 Notícias - www.g1.globo.com)

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