BRASIL:
DÉFICIT CONTAS EXTERNAS TÊM UM ROMBO DE US$ 2,6 BILHÕES.
As contas externas brasileiras fecharam com um
rombo de US$ 2,6 bilhões em setembro, segundo informou ontem o Banco Central.
Apesar de ser o melhor resultado mensal do ano até agora, o déficit foi o dobro
do aguardado pela instituição. Também foi maior que a estimativa central de US$
2 bilhões de analistas do mercado financeiro consultados pelo AE Projeções, da
'Agência Estado'.
O fraco desempenho ocorreu mesmo após a
balança comercial obter, pela primeira vez no ano, um superávit mensal de US$
2,1 bilhões. Outro fator positivo foi a conta de remessas de lucros e
dividendos das empresas ter fechado no azul no mês passado. Isso não havia
ocorrido nos últimos 13 anos, desde janeiro de 2000, quando o saldo ficou em
US$ 231 milhões.
Agora foi positivo em US$ 274 milhões, com a ajuda da alta do
dólar, que estimulou a entrada de recursos que estavam no exterior. "O
timing pode ser influenciado pelo câmbio. É natural que isso se traduza em mais
ingresso de recursos",disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio
Maciel.
Além disso, conforme explicou o técnico, houve um ingresso atípico
de US$ 3 bilhões em receitas no mês passado. Esses dois fatores somados, porém,
não foram suficientes para equilibrar a conta.
No acumulado do ano, o resultado da transação corrente está
negativo em US$ 60,4 bilhões. Levando-se em conta que o BC projeta um déficit
de US$ 75 bilhões para 2013, é fácil imaginar que o rombo médio mensal será de
US$ 5 bilhões ao longo do último trimestre do ano.
Para outubro, especificamente, a perspectiva é de uma baixa de US$
5,3 bilhões, com a balança comercial ainda sendo o principal fator de pressão.
Apesar do alívio pontual de setembro, o saldo acumulado no comércio exterior de
janeiro a setembro de 2013 foi o pior para o período desde 1999, ano em que o
Brasil passou a adotar o regime de câmbio flutuante.
Nem todo esse rombo das transações correntes está coberto pelo
Investimento Estrangeiro Direto (IED). De janeiro a setembro de 2013, o
financiamento por essa conta foi de apenas US$ 43,7 bilhões (73% do total) e a
previsão para 2013 inteiro é de US$ 60 bilhões. Só para outubro, Maciel projeta
o ingresso de US$ 5,2 bilhões de aplicações de estrangeiros no setor produtivo
nacional.
Outro dado que chamou a atenção foi o volume de investimentos em
aplicações financeiras no Brasil. Só em ações, o saldo ficou positivo em US$
2,2 bilhões em setembro em igual período de 2012, essa conta estava negativa
em US$ 1,2 bilhão.
No caso de negócios com renda fixa no País, os investimentos foram
ainda maiores, somando US$ 7,2 bilhões em setembro. No mesmo mês de 2012, o
resultado havia sido positivo em US$ 736 milhões.
No acumulado do ano até setembro, entraram no País US$ 27,833
bilhões para aplicações neste investimento ante US$ 4,094 bilhões no mesmo
período de 2012. As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo
.
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