27 de novembro de 2014

PARTIDOS DE OPOSIÇÃO QUEREM NOVA CPI DA PETROBRÁS A PARTIR DE FEV 2014.

Partidos de oposição querem nova CPI da

Petrobras a partir de fevereiro de 2015

Oposicionistas alegam que PT impediu as investigações da comissão atual

Deputado Carlos Sampaio (SP) e o Senador Aécio Neves

CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da Petrobras nem acabou, mas os partidos de oposição já consideram que a comissão vai terminar em pizza e por isso anunciaram, nesta terça-feira (11), que vão apresentar pedido de nova comissão para investigar as denúncias de corrupção na estatal em fevereiro de 2015.
O objetivo é uma nova composição, já com a participação de deputados e senadores eleitos nas eleições deste ano. Na nova legislatura, o time da oposição no Senado estará reforçado por nomes de peso, como os tucanos José Serra, ex-governador de São Paulo, e Tasso Jereissati, ex-governador do Ceará.
De acordo com o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), a intenção é usar como base todos os documentos que a atual CPMI já recebeu e dar continuidade às investigações de maneira mais profunda. Segundo ele, não é possível se contentar com os resultados de uma apuração que, segundo ele, sofre interferência direta do Palácio do Planalto.
— A corrupção continuou, a investigação não existiu, eles [parlamentares do PT] tentaram afundar a CPMI. Nós temos argumentos de sobra, ou seja, o Brasil quer saber o que fizeram com o dinheiro da Petrobras, quem assaltou a Petrobras. Para isso, temos que fazer uma nova CPMI.
Os partidos da oposição acusam o PT de usar de manobras para esvaziar a CPMI e evitar a convocação de agentes políticos ligados ao partido que foram citados nas denúncias de corrupção. Dos setes parlamentares do PT que compõem a CPMI, entre titulares e suplentes, somente um estava presente, o deputado Afonso Florene (PT-BA).
Nem o relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS), compareceu. Ele enviou um comunicando informando que sofreu um acidente de moto no último domingo (9) e está se recuperando, por isso não poderia comparecer à reunião da CPMI.
Sem quórum
A reunião convocada para esta terça foi dividia em duas partes: uma  sessão administrativa, reservada para que os parlamentares votem requerimentos de convocação, e uma sessão de oitiva, para ouvir o depoimento do gerente de contratos da Petrobras, Edmar Diniz de Figueiredo.
Sem quantidade suficiente de parlamentares, a sessão administrativa foi cancelada.  Com isso, não puderam ser votados os pedidos de depoimento do presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado, e do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Os dois foram citados nas denúncias de lavagem de dinheiro e pagamento de propina na petroleira.
O esvaziamento da sessão revoltou os parlamentares da oposição, que passaram a acusar o governo de temer a convocação de nomes ligados ao PT. Os oposicionistas também negaram o acordo que teria sido feito para livrar de convocação a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto e demais agentes políticos com nomes envolvidos nas denúncias.
Para o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), tudo foi arquitetado pelo PT. Ele fez o pedido para que a sessão administrativa fosse reaberta logo após o depoimento de Figueiredo, mas até a oitiva foi interrompida, sob alegação de que a votação no plenário do Senado havia começado e todas as comissões deveriam suspender os trabalhos.
— As CPIs nunca foram interrompidas por votação na Câmara e no Senado. De maneira articulada, o governo, por meio do líder do governo [senador Humberto Costa (PT-PE)] e do presidente da CPI [senador Vital do Rêgo (PMDB-PB)], mataram a sessão para impedir a votação dos requerimentos. Nós tínhamos condições de aprovar os requerimentos.
A estratégia da oposição é tentar formar quórum para na próxima terça-feira (18), data da nova sessão administrativa da CPMI da Petrobras, votar os pedidos de convocação.
Sem informações
O gerente de contratos da Petrobras foi ouvido por cerca de uma hora e não acrescentou nenhuma informação nova às investigações. Edmar Figueiredo foi convocado como testemunha para falar sobre as denúncias de pagamento de propina a funcionários da estatal, que teriam facilitado um contrato com a empresa holandesa SMB Offshore.
Figueiredo afirmou que não participou de nenhuma negociação com a SMB e que assim que a Petrobras ficou sabendo das acusações, em fevereiro deste ano, abriu uma comissão interna de investigação. No entanto, o gerente de contratos não fez parte do grupo e alega não ter acesso aos documentos, que são sigilosos.
Edmar Figueiredo somente reafirmou que a Petrobras não encontrou nenhuma evidência de pagamento de propina a funcionários.
— O resultado [da comissão interna] afirmado pela Petrobras é o de que não foi encontrado nenhuma evidência ou fatos que comprovassem qualquer pagamento da SMB para funcionários da Petrobras.

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