9 de junho de 2014

OS TRÊS LADRÕES COMEMORANDO OS GRANDES LUCROS POR TRABALHO DESONESTOS.


A Quem vai pagar as conta das arenas.

 Em 2007, quando o Brasil se candidatou a receber a Copa, o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro dos Esportes da época, Orlando Silva Júnior, eram categóricos em afirmar que os estádios seriam erguidos exclusivamente com dinheiro privado. Hoje, a realidade não poderia estar mais distante da promessa. 100% dos estádios da Copa foram ou estão sendo construídos com algum percentual de dinheiro público, resultando em um custo de mais de R$ 8 bilhões. Em 9 das 12 arenas da Copa, não houve ou há um centavo de recurso privado bancando as obras. E, em todas as arenas, os custos finais das empreitadas são muito maiores do que as projeções iniciais.

O que explica tamanha discrepância entre o planejado e o executado? É custoso crer que em algum dia foi seriamente cogitado erguer os estádios da Copa exclusivamente com dinheiro privado. Por mais de um motivo.Pela lista de estruturas exigidas pela Fifa para as arenas, sabida desde o início do processo, não havia um só estádio preparado no país para receber o evento sem antes passar por reformas milionárias.


O Brasil poderia ter organizado uma Copa com apenas oito ou dez cidades-sedes. O governo federal, porém, divulgou em 31 de maio de 2009 a opção por 12, incluindo entre elas cidades sem clubes de tradição no futebol nacional, como Brasília, Cuiabá e Manaus. Ou seja, três cidades onde dificilmente haveria retorno econômico oriundo do futebol para os investidores privados. 
 

Mas não é somente nessas cidades que o pretenso desejo de se fazer "a Copa do dinheiro privado" parece apenas jogo de cena. Nas demais nove sedes, a obrigação contratual de erguer arenas padrão Fifa em um tempo exíguo era do poder público brasileiro.Ora, qualquer clube de futebol do país - em sua maioria endividados e com impedimentos judiciais para tomar empréstimos de alto vulto - ou empreiteira que fosse assumir o compromisso de levantar do chão tais estádios em menos de cinco anos naturalmente exigiria dos governos (federal, estadual ou municipal) garantias e vantagens para entrar no negócio. Afinal, a tarefa era árdua, o tempo era exíguo e o compromisso era do Brasil, não dos clubes, construtoras ou investidores privados.Em cinco das 12 cidades da Copa, as obras foram executadas no modelo de PPP (parceria público-privada).  São elas: Belo Horizonte (Mineirão), Fortaleza (Castelão), Natal (Arena das Dunas), Recife (Arena Pernambuco) e Salvador (Arena Fonte Nova). O Governo do Estado de Pernambuco achou por bem construir uma arena nova em folha, a um custo inicial anunciado de R$ 491 milhões, mas com a conta até agora beirando os R$ 700 milhões.

No geral, as PPPs que foram criadas funcionam basicamente da mesma forma: o Estado contrata e paga empreiteiras para fazer a obra. Depois de pronta, a arena passa a ser administrada pela própria construtora, que fica com o direito de explorar economicamente o equipamento por um determinado número de anos, e a obrigação de cuidar da manutenção do estádio e dar a ele sua função social, ou seja, realizar jogos e eventos.O problema foram as receitas calculadas e esperadas nesses contratos, que tornam certo que o poder público entra com o investimento e o poder privado fica com o lucro

Nenhum comentário:

Postar um comentário