Colunista:
Bispo Magalhães - Natal/RN
Protesto contra leilão do
pré-sal tem ao menos 7 feridos e carro tombado.
Manifestantes que protestam contra o leilão do
pré-sal entraram em confronto com a Força Nacional nesta segunda-feira
(21), na Barra da Tijuca, no Rio.
Manifestantes
derrubaram as grades de proteção e tentaram invadir a área interditada, e os
militares reagiram com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. A
reportagem do UOL contabilizou ao menos sete feridos, sendo
dois jornalistas.
Em um novo confronto, sem motivo aparente, a polícia começou a
jogar bombas de gás contra os manifestantes, que responderam atirando pedras e
cocos.
Alguns mascarados adeptos da tática black bloc assumiram a linha
de frente e começaram a jogar bombas de gás de volta, contra a Força Nacional.
Eles também viraram um carro da TV Record e colocaram fogo no
veículo. O foco de incêndio foi rapidamente controlado pelos bombeiros.
Os manifestantes também arrancaram placas de metal usadas para
fazer o isolamento da área e passaram a usá-las como escudo.
Os homens da Força Nacional avançaram, ampliando a área isolada
ao redor do hotel Windsor.
A Força Nacional respondeu às investidas dos manifestantes com
uso intenso de balas de borracha, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo,
inclusive atirados na praia, onde há banhistas.
Os manifestantes se concentram na esquina da Avenida Lúcio Costa
com a rua Coronel Eurico de Souza Gomes Filho, na Barra da Tijuca. Partidos
políticos, sindicatos e movimentos sociais levaram bandeiras para o local.
O Exército possui um efetivo de 1.100 homens na operação para
evitar que manifestantes atrapalhem o leilão do campo de Libra. Um trecho da
praia foi interditado para banhistas, inclusive.
A licitação da área gigante, no pré-sal da Bacia de Santos,
oferecerá uma reserva
estimada em 8 bilhões a 12 bilhões de barris de óleo
recuperável. O campo de Libra é considerado a maior descoberta de petróleo já
realizada no Brasil.
As críticas ao
leilão são vastas: vão dos petroleiros, em greve nacional desde
quinta-feira (17), até ex-executivos da Petrobras. E, seguindo a
tendência vista no país desde junho, movimentos sindicais e sociais têm
promovido protestos contra o leilão.
POLÍCIA FEDERAL INVESTIGA Ex-DIRETOR DA CPTM USOU DÓLARES DE PAULO MALUF PARA MANDAR DINHEIRO PARA SUÍÇA.
Promotores de Genebra citam casa de câmbio Lespan,
do Uruguai, e doleiro brasileiro Marco Antonio Cursini no rastreamento do
dinheiro de João Roberto Zaniboni.
O engenheiro João Roberto Zaniboni,
ex-diretor de operações e manutenção da Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos (CPTM) em dois governos do PSDB (Mário Covas e Geraldo Alckmin),
entre 1999 e 2003, usou a mesma logística e os mesmos agentes empregados
pelo ex-prefeito Paulo Maluf (1993-1996) e por empresários e investidores do
caso Banestado para transferir pelo menos US$ 836 mil para a conta Milmar, de
sua titularidade, no Credit Suísse, em Zurique.
Veja também:
Documentos enviados pelo Ofício
Federal de Justiça da Suíça para o Brasil revelam passo a passo os caminhos do
dinheiro de Zaniboni -o Ministério Público de São Paulo suspeita que o
ex-diretor da CPTM recebeu propinas para favorecer a Alstom, multinacional
francesa, em contratos de fornecimento e serviços de revisão geral de 129
vagões.
Dois nomes notoriamente conhecidos
dos investigadores integram a estrutura da qual também se valeu Zaniboni: a
casa de câmbio Lespan, sediada no Uruguai, e a Goldrat Corporation, controlada
pelo famoso doleiro brasileiro Marco Antonio Cursini, garantiram as
transferências dos recursos que abasteceram a Milmar.
A Lespan operava nos Estados Unidos
para cambistas da América Latina, inclusive doleiros do Brasil. Ela desponta
como personagem central em uma das mais importantes e decisivas investigações
já realizadas contra Maluf, mantido preso na Polícia Federal, por 41 dias, em
2005.
Na época, uma força tarefa do
Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal descobriu, a partir de
dados enviados pela promotoria de Manhattan, que a Lespan enviou US$ 11,3
milhões para a conta Chanani, do doleiro Birigui, em Nova York - o dinheiro,
segundo os promotores, teve origem em desvios que Maluf teria realizado a dano
do Tesouro paulista.
A Lespan também foi usada pelo
doleiro Toninho da Barcelona para mandar valores para paraísos fiscais por meio
das contas CC5, operações desmascaradas pela CPI do Banestado - caso de evasão
de US$ 30 bilhões nos anos 90.
Relatório de investigação de polícia
criminal da Suíça informa que "numerosos pagamentos" caíram na conta
de Zaniboni "pela maioria em procedência da companhia Lespan AS,
domiciliada em Montevidéu, no Uruguai".
Marco Antonio Cursini, o doleiro, foi
condenado em 2009 a uma pena de 3 anos e 3 meses de prisão por lavagem de
dinheiro, evasão de divisas e sonegação, no Caso Banestado.
Foi beneficiado com redução de pena
em delação premiada. Ele revelou clientes e pagou indenização significativa, R$
4 milhões ao todo, por imposição da Justiça Federal no Paraná e em São
Paulo. Cursini também fez pacto de colaboração na Castelo de Areia, espetacular
operação da Polícia Federal, deflagrada em 2009, que pegou executivos da
empreiteira Camargo Correia em lavagem de dinheiro e remessas ilegais para fora
do País. Por ordem do Superior Tribunal de Justiça, a investigação foi anulada.
João Roberto Zaniboni, o ex-diretor
da CPTM, caiu na malha fina do Ministério Público da Confederação suíça (MPC) a
partir da investigação criminal que tinha inicialmente como alvo os consultores
brasileiros Arthur Gomez Teixeira e Sérgio Meira Teixeira, apontados como
lobistas e elo da Alstom com dirigentes de estatais paulistas.
Os investigadores de Genebra
identificaram a cadeia de transferências de capitais, a partir de depósitos nas
contas Rockhouse e Sunrock, de Arthur e Sérgio Teixeira - alojadas no Credit
Suísse -, abastecidas por operações de duas offshores, GTH Consulting AS e
Gantown Consulting AS, por eles administradas.
A GTH e a Gantown, sediadas no
Uruguai, aparecem como empresas que teriam prestado consultoria para a Alstom.
A pesquisa revelou que parte do dinheiro migrou, depois, para a conta 180636, a
Milmar - primeiras letras das duas filhas de Zaniboni.
Do saldo de US$ 836 mil, composto
entre setembro de 1999 e dezembro de 2002 - período em que Zaniboni exercia o
cargo diretivo na CPTM - a Milmar recebeu US$ 216, 87 mil pelas offshores dos
Teixeira. Em 2 de maio de 2000, a Rockhouse transferiu R$ 103,5 mil para o
ex-dirigente da CPTM; Em 27 de dezembro daquele mesmo ano, a Sunrock enviou US$
113,3 mil para a Milmar.
Em um capítulo intitulado
"antecedentes de fato", o relatório dos promotores suíços assinala
que os Teixeira foram enquadrados por lavagem de dinheiro. "Eles foram
indiciados por lavagem de dinheiro agravado por corrupção de funcionários
estrangeiros. Acusa-se as pessoas de terem assistido companhias da Alstom na
obtenção de projetos de grande porte no Brasil, particularmente também no
âmbito dos transportes, em qualidade de tais consultores, e ter transmitido no
âmbito dessas atividades propinas por conta da Alstom."
Os investigadores suíços apontam
"numerosos outros pagamentos" para Zaniboni realizados pela offshore
controlada por Cursini - a Goldrate Corporation, sediada nas Ilhas Virgens
Britânicas, com uma conta no Deutsche Bank de Hamburgo.
A investigação mostra que em 23 de
julho de 2007, o ex-diretor da CPTM esvaziou a Milmar e deslocou todos os
ativos para a conta 6034632, no Safra National Bank em Nova York - a titular
dessa conta é uma filha de Zaniboni.
A transferência foi promovida por
Cursini, afirma a Suíça. Desta vez, o doleiro usou outra offshore, denominada
Gelateria, que mantém conta no Bank Holmann AG, em Zurique.
Defesa. O criminalista Luiz Fernando
Pacheco, que defende João Roberto Zaniboni, disse que o ex-diretor da CPTM
"usou doleiros (para transferir os valores para a Suíça) dos quais não
lembra o nome". Segundo o advogado, Zaniboni "não chegou nem a
ter contato direto com eles (doleiros) e desconhece o nome de suas
contas".
Pacheco assinala que uma filha de
Zaniboni já repatriou todos os ativos de Nova York para o Brasil e providenciou
a retificação da declaração de Imposto de Renda.
O criminalista rechaça com veemência
a suspeita do Ministério Público de que o dinheiro na conta Milmar tem origem
em corrupção. "Zaniboni é um técnico especializado em transporte
ferroviário, um profissional exemplar há 40 anos."













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