21 de janeiro de 2014

PAPA FRANCISCO LAMENTA CASOS DE ABUSOS SEXUAIS CONTRA MENORES.

Clero 
Vaticano lamenta casos de abusos sexuais contra menores
Vaticano lamenta casos de abusos sexuais contra menores
Reuters
INTERNACIONAL


O Vaticano afirmou hoje (16) que não há desculpa possível para casos de exploração e violência contra crianças, mas destacou que os agressores estão presentes "em todas as profissões, incluindo entre membros do clero e o pessoal da Igreja".
"Há responsáveis de abusos entre os membros das profissões mais respeitadas do mundo e, mais lamentavelmente, entre membros do clero e outros funcionários da Igreja", disse Silvano Tomasi, representante do Vaticano na Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra.
Tomasi fez a apresentação do Vaticano perante a Comissão da ONU para os Direitos da Criança, na primeira participação da Igreja Católica em um órgão que vai escrutinar os abusos sexuais de menores cometidos por sacerdotes em todo o mundo.
O chefe da delegação do Vaticano reconheceu que a questão dos abusos contra crianças é particularmente grave quando o agressor goza de grande confiança e cujo papel devia ser o de proteger a pessoa, incluindo a saúde física, emocional e espiritual. "Esta relação de confiança é crítica e requer um grande sentido de responsabilidade e respeito em relação à pessoa que se serve", disse Tomasi.
"A resposta do Vaticano ao fenômeno dos abusos sexuais de menores foi articulada em vários níveis", explicou ele, ressaltando que o Vaticano ratificou a Convenção dos Direitos da Criança em 1990 e os respectivos protocolos em 2000. Tomasi acrescentou que o Vaticano formulou "diretivas" para facilitar o trabalho das igrejas locais, que desenvolveram também recomendações para evitar abusos, disse ele, citando a Carta para a Proteção das Crianças e Jovens, adotada pela Igreja católica norte-americana, em 2005.
A comissão da ONU dedica a sessão de hoje à avaliação do cumprimento pelo Vaticano dos compromissos assumidos com a ratificação da Convenção dos Direitos da Criança.
Diante dos escândalos de abusos sexuais que vem sendo noticiados nos últimos anos, a Igreja chegou a ser acusada de tentar esconder e desvalorizar o envolvimento de sacerdotes nesses crimes em vários países. Tomasi destacou, no entanto, que o Vaticano "delineou políticas e procedimentos para ajudar a eliminar tais abusos e colaborar com as respectivas autoridades estatais para lutar contra este delito".
Perante os casos verificados de abusos sexuais de menores sob custódia ou influência de padres, a posição das autoridades eclesiásticas foi a de que o religioso deve ser submetido às leis do país onde ocorreu o crime. Tomasi garantiu que o Vaticano "está empenhado em escutar cuidadosamente as vítimas de abusos sexuais e em abordar o impacto dessas situações nos sobreviventes e suas famílias".
Depois da apresentação de Tomasi, vários peritos da comissão questionaram a delegação do Vaticano sobre a forma como foram adotados os mecanismos para investigar e punir eficazmente os culpados de abusos dentro da Igreja e sobre os programas de segurança desenvolvidos e aplicados.
A comissão pediu esclarecimentos ao Vaticano sobre como garantir "os interesses superiores da criança" acima de quaisquer outras considerações, e sobre as medidas de "reparação física e psicológica" das vítimas.
A sessão de Genebra ocorre quando a pedofilia na Igreja continua no noticiário: a direção do movimento conservador dos Legionários de Cristo, desacreditado pelo escândalo pedófilo no qual está implicado o fundador, o padre mexicano Marcial Maciel, encontra-se reunida para decidir sobre as reformas a tomar.
Em dezembro, o Vaticano recusou responder a um questionário desta comissão da ONU, enviado em julho, sobre os dossiês de pedofilia, que estão sendo examinados pela Congregação para a Doutrina da Fé.

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