Aids: doença de gay? Ou: A ciência não liga para o politicamente correto
Quando a aids começou a se alastrar nas décadas de 1980 e 1990, dois grupos antagônicos surgiram em cena. De um lado, os reacionários que julgavam ser o HIV um “castigo divino” para punir os “pecadores” homossexuais; do outro, os “progressistas” politicamente corretos que impediram qualquer objetividade no debate sobre esta praga que ceifava tantas vidas.
Ambos prejudicaram muito o desenrolar da coisa. Talvez em parte devido ao fundamentalismo religioso dos primeiros, os últimos se mostraram cada vez mais radicais e intolerantes com os fatos, negando até mesmo que pudesse existir algo como “grupo de risco” ou “comportamento de risco”. A ditadura velada do politicamente correto impediu, de forma criminosa, o funcionamento adequado da ciência.
Pois bem: hoje está claro que os gays são, sim, as principais vítimas dessa doença. A OMSrecomenda que os homossexuais tomem antirretrovirais para combater a aids, pois “a epidemia está disparando”. Em nada ajuda as vítimas tapar o sol com a peneira em nome de uma narrativa igualitária. Quem paga o pato é o infectado desprevenido:
O número de infecções pelo vírus da aids está aumentando entre homossexuais em várias partes do mundo, advertiu nesta sexta-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS), que recomendou que este grupo tome antirretrovirais para prevenir o contágio do vírus.
“A epidemia está disparando”, advertiu Gottfried Hirnschall, diretor do departamento de vírus da imunodeficiência humana (HIV) da OMS. De acordo com ele, a evolução da medicação e da sobrevida do portador do HIV fizeram com que as campanhas de prevenção diminuíssem e as infecções voltassem a aumentar entre os gays.
Homens gays — Esse grupo tem um risco dezenove vezes maior que o resto da população de contrair o vírus. Em Bangcoc, na Tailândia, por exemplo, a aids afeta 5,7% dos homens que mantêm relações sexuais com outros homens, ante 1% da população geral. Nas novas orientações, a OMS recomenda que os homossexuais considerem tomar antirretrovirais como método preventivo contra o HIV.
As recomendações também se aplicam a outras populações de risco, como os transexuais, a população carcerária, os viciados em drogas e as prostitutas, que representam cerca da metade das novas infecções anuais. “Ao mesmo tempo, são esses grupos os que costumam ter menos acesso à saúde, o que leva ao aumento de infecções”, declarou Rachel Baggaley, do departamento de HIV da OMS.
Ciência é coisa séria. O vírus não dá a mínima para os discursos da esquerda. Ao fomentar um comportamento hedonista e ignorar seus riscos, os “progressistas” acabam agindo de forma irresponsável e ajudando a colocar milhões de vidas em risco.
Os mais fanáticos podem achar que a aids é uma vingança de Deus, como em Sodoma e Gomorra. Pouco importa. Mas quando o outro lado, para reagir a isso, começa a ignorar certos fatos – como a existência clara de grupos de risco – aí a coisa fica complicada. Para “proteger” os gays, os “progressistas” acabam os sacrificando no altar da ideologia.
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