O papa Francisco fará uma visita ao Egito nos próximos dias 28 e 29 de abril e o Estado Islâmico irá tentar cumprir sua promessa de assassiná-lo nessa ocasião, de acordo com um jornalista especializado.
A avaliação é do jornalista Gustavo Chacra, judeu, colunista do jornal O Estado de S. Paulo e comentarista da Globo News, e tem como base a atual situação do Egito, que vive uma onda crescente de crimes bárbaros protagonizados pelos extremistas do Estado Islâmico.
“O papa sofre enorme risco de ser alvo de um atentado terrorista durante a sua visita ao Egito no fim do mês e a sua viagem deveria ser cancelada. O […] Estado Islâmico […] e outras organizações radicais presentes no território egípcio certamente já têm planos para o ataque”, cravou Chacra.
Recentemente, após o atentado terrorista que matou mais de 40 cristãos copta no Domingo de Ramos, o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, declarou estado de emergência por três meses, com o objetivo “proteger o país e preservar [sua segurança]”.
“O Egito, comandado pelo autocrata Sissi, aliado dos EUA, não tem a menor capacidade de proteger o Papa. Basta ver o fiasco que seu governo tem sido para proteger os cristãos egípcios”, observou o jornalista.
“O papa, no entanto, não tem medo e deve ir mesmo assim ao Egito mostrar solidariedade aos cristãos e ao papa copta Teodoro II, que quase foi morto em um dos ataques, e para dialogar com tradicionais autoridades islâmicas. E Francisco ainda tem o agravante de se recusar a adotar medidas de segurança, como observamos na viagem dele ao Rio”, comentou.
Por fim, Gustavo Chacra avalia que se o atentado ocorrer, as consequências a escalada da intolerância religiosa ao redor do mundo podem ser incontroláveis, influenciando por décadas as políticas e relações entre as lideranças ocidentais e muçulmanas.
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“Caso matem o Papa no Egito, será o golpe final em qualquer esperança de tolerância religiosa ao redor do mundo. O maior líder cristão morrer em um atentado cometido por jihadistas em uma nação majoritariamente islâmica terá reflexos por gerações na forma como católicos e cristãos em geral no Ocidente verão a comunidade muçulmana”, finalizou.
Promessa antiga
O Estado Islâmico tem um plano para assassinar o papa há anos, independentemente de quem seja o líder católico. Dentro desse plano, construído a pretexto de se fazer cumprir profecias de Maomé, planejam decapitar o papa e promover a batalha do Armagedom até 2025.
As revelações foram feitas pelo escritor Robert Spencer, um pesquisador e estudioso do islamismo, no livro, “Infidel’s Guide to ISIS” (“Guia do infiel para entender o Estado Islâmico”, em tradução livre), lançado em 2015. Segundo informações da emissora Christian Broadcasting Network, o autor apresenta e explica em detalhes os planos dos extremistas.
Para os integrantes do Estado Islâmico, a “batalha final” – evento a que os cristãos se referem como Armagedom – acontecerá em 2025, e nesse meio tempo, eles vêm se dedicando a cumprir previsões de Maomé, como por exemplo, a conquista do território das maiores cidades do então Império Romano.
Quando Maomé deixou essa tarefa aos muçulmanos, referia-se a Roma e Constantinopla, que hoje é a cidade turca de Istambul, já dominada pelo islamismo. Nesse cenário, o símbolo da conquista de Roma – vista como a “capital” do cristianismo por ser sede da Igreja Católica – seria a decapitação do papa em praça pública, com transmissão via internet.
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