10 de julho de 2016

IMPEACHMENT DA DILMA - Em entrevista Cardozo diz que Dilma retronará “Se for um julgamento justo”




DP: José Eduardo Cardozo, ex-ministro-chefe da Advocacia-Geral da União e, agora, advogado de defesa da presidente afastada Dilma Rousseff, tem uma missão pela frente: tentar convencer os senadores de que não houve crime de responsabilidade e recolocar Dilma no comando do país.

Em entrevista exclusiva ao Diário do Poder, Cardozo disse que acredita no retorno de Dilma, “se for um julgamento justo”. O ex-ministro, que recebeu apelido de ‘advogado-geral de Dilma’, também fez uma avaliação do governo Temer e comentou os áudios gravados pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado complicando a situação dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL) e do ex-presidente José Sarney, que supostamente tentaram barrar as investigações da Lava Jato. Confira a entrevista:


O senhor acha que a presidente afastada Dilma Rousseff vai conseguir reverter o placar no plenário e voltar ao poder?


Se houver um julgamento justo, com base nas provas, no processo, eu não tenho a menor dúvida que sim. Se não prevaleceram razões inconfessáveis, se não se procurar criar um pacto de impunidade no país e questões externas eu acredito que ela volte. Não há nenhuma razão, nenhuma prova, que autorize que tenhamos a consumação desse processo de impeachment.
Por que a acusação garante que houve pedaladas fiscais e crime de responsabilidade e a defesa diz veementemente que não?


Olha… Quem acompanha esse processo viu as provas, sabe que a acusação está fazendo um jogo retórico para fazer um afastamento por razões estritamente políticas de uma presidente que não cometeu nenhum crime. Basta olhar a realidade e ver como as coisas foram. Não há como se dizer que há crime nesse caso. Não há dolo, nada. Setores da oposição que nunca se contentaram em perder as eleições em 2014 querem continuar usando os pretextos que acham que tenham seu lado para consumar o impeachment.
Então o senhor acha que não estão usando o crime de responsabilidade no processo, mas sim outros aspectos?


Os crimes são pretextos. Pretextos claros. Foram atos de rotina, feitos por outros governos… Eu não tenho a menor dúvida disso. Pretexto daqueles que perderam as eleições em 2014 e que queriam parar a Lava Jato se encontrassem e tentassem parar uma presidente legitimamente eleita.
Por que o Supremo Tribunal Federal não deixou incluir os áudios de Sérgio Machado, Jucá, Sarney e Renan no processo como defesa?


Olha, a posição do presidente (ministro Ricardo Lewandowski) foi de que a gente não deveria usar esses áudios, mas disse que eram fatos notórios e que podíamos discuti-los no processo, e assim estamos fazendo. Inclusive a própria presidente Dilma mencionou os áudios na defesa entregue.
Qual sua avaliação sobre o governo Temer até o momento?


O governo Temer nasce com pecado original, que é justamente nascer de um afastamento de uma presidente que nunca deveria ter acontecido dentro da Constituição. Esse é o primeiro problema. Segundo, ele faz uma ruptura muito clara, mas muito clara mesmo, do compromisso eleitoral que a própria chapa eleita tinha. Ele tá seguindo um programa completamente diferente daquele que foi escolhido pelos brasileiros. Além de colocar um ministério que efetivamente não representa aquilo que se esperava.

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